07/03/2012

Dia Internacional da Mulher

Para assinalar o Dia Internacional da Mulher e incentivar o debate em torno da questão dos géneros, a BE, em colaboração com as professoras de EVT, Elsa Costa e Ana Rocha, procederam à divulgação da obra de Sara Monteiro, A princesa que queria ser rei, editado pela Ambar, em 2007.


Sobre o valor desta magnífica história, propomos aos nossos leitores o testemunho de Ana Margarida Ramos publicado na Casa da Leitura

Esta edição, sem abordar a temática da homossexualidade, propõe uma reflexão incomum sobre a questão dos géneros, debatendo a problemática dos estereótipos e dos papéis social e sexualmente pré-determinados.
Com a ambiência de um conto de fadas, esta narrativa subverte os elementos tradicionais, propondo, como protagonista, uma princesa que se assume física e comportamentalmente diferente, não aceitando as fortes imposições familiares, culturais e sociais que a rodeiam e a constrangem. A sua afirmação individual reside na aceitação da sua condição particular, marcada pela diferença, da qual resulta, igualmente, uma certa estranheza não totalmente destituída de exotismo. A definição da “feminilidade” e das características «femininas» socialmente aceites chocam com a personalidade e a aparência de uma princesa, voluntariosa e generosa, que valoriza o desporto e a atividade física intensa, que não se submete à vontade dos outros, que pensa por si própria e que exprime fortes desejos de mudar o mundo que a rodeia. A assunção de características e qualidades tidas como masculinas, metaforizadas nos pelos abundantes, incluindo um buço bem marcado, fazem perceber como a questão da determinação dos géneros é central numa narrativa onde se problematiza também a aceitação da diferença e a tolerância perante a individualidade humana.

Fonte:
http://www.casadaleitura.org/

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